Parece que tudo secou, todas as velhas vontades, os antigos suspiros e desejos. As coisas boas e ruins, ainda bem, um dia acabam. O fim é o destino de tudo. É preciso reinventar- se, destruir para reconstruir.
As palavras fogem esbaforidas de mim, chegaram ao fim da linha e vão caindo no despenhadeiro do fim da página. Estão todas aqui brigando, empurrando- se, procurando os seus lugares, só que já não sinto mais vontade de ajudá- las, de colocá- las nos seus devidos lugares ao sol. Elas são frágeis e eu também; se não podem ser livres, melhor não ser. Ser, eis a questão.
Vamos continuar em algum lugar, em algum caderno ou livro fechado, até que algum dia alguém nos venha, quem sabe, despertar. Até então, a palavra e eu, nos conjugamos e nos bastamos.
Agradeço a quem fez parte disto durante (longos) dez anos.
A gente vai se reencontrar algum dia. Sejam felizes…
Fernanda Sampaio Carneiro
3 respostas para “Dez anos e um adeus”
Amei o texto. O jogo de palavras, a fluência. Em breve escreverei assim.
Mas enxeu-me de dúvidas. Você vai encerrar as publicações ou é apenas uma metáfora?
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Também fiquei preocupada. Espero sinceramente que seja apenas um texto sem segundas intenções. aguardo os próximos posts.
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Adoro seu site. Acho-o preciso e como tal imagino que tenha um publico preciso, assim como um conto, não carece muito para dizer o que se precisa ouvir.
espero que continue com ele.
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