E a alegria chega sempre em forma de livro. Dessa vez do poeta e ator Eduardo Tornaghi, “Matéria de Rascunho”, LIVRAÇO! Comecei a folhear e só parei no fim. E na apresentação (p. 9) ele fala sobre a necessidade da arte ser exposta, escrever para ninguém ler não faz sentido, assim como a interação ator- público, a poesia também deve ser vista, lida, conhecida, cantada:
A expressão é uma necessidade básica do ser humano, tal como beber ou respirar. mas só se completa no outro. O palco me ensinou que só podemos nos conhecer por completo, ouvindo a reação do público. Metade da coisa é você se perceber, a outra metade é aceitar o como os outros te percebem.
E no envelope, a mensagem de Eduardo muito apropriada para os tempos que vivemos:
Então, vou apresentar o “Currículo” (p. 37) de Eduardo Tornaghi, um poema fantástico, que você também pode assistir recitado pelo autor/ator no seu canal do Youtube. Um primoroso poema tanto na forma como conteúdo:
Currículo- soneto sincopado
Já soquei tijolo já virei concreto
Já comi do bom e já passei sem teto
Já passei vazio ja sonhei repleto
Só me falta chorar para ser completo
Já banquei o bobo me julgando esperto
Já fechei a porta e inda restei aberto
Já comprei a banca- já fui objeto
Só me falta chorar para ser completo
Já plantei a dor tentando ser correto
Já tive razão mesmo sem estar certo
Já me fiz sublime- já fui abjeto
Já clamei por voz em um pleno deserto
Já me atrapalhei com tudo que é afeto
Só me falta chorar pra ser completo
https://www.youtube.com/watch?v=3LMp-OJTSGE&feature=youtu.be
A obra consta de 93 poemas (contei, não estão numerados) divididos em quatro capítulos, sendo que o último “E família (parte dela)” com a participação das filhas, do pai e outros, bem emotivo.
E mais um pouco da apresentação (p. 10). Totalmente de acordo:
Todo ser humano tem a obrigação de ser feliz. É pra isso que serve a poesia como toda arte. É mapa e veículo pra uma vida plena. Por isto esse livro é familiar. Meus pais nos ensinaram que todo mundo tem que praticar uma arte. Então, lá em casa, todo mundo experimentou todas. Cada um descobriu a sua, mas não deixou de brincar com as outras. Porque é bom e faz bem.
Eduardo Tornaghi faz um sarau poético, “Pelada poética”, toda quarta- feira no Rio de Janeiro, na praia do Leme, Quiosque Estrela da Luz, a partir das 19 horas. Esse livro você pode pedir direto com o autor no seu Facebook, vale a pena! Olha o meu:
Obrigada, Eduardo, pela gentileza de enviar o livro e pela dedicatória. Além de talentoso e criativo, sua obra me fez refletir, possui uma espécie de humanismo clássico, ressaltando as qualidades humanas e responsabilizando o homem pela sua própria felicidade. Siga em frente e viva a poesia!
Ainda vou falar muito dos poemas do Eduardo, muita coisa boa!
Tornaghi, Eduardo. Matéria de Rascunho. 2ª edição, 00 Duplo Zero, Rio de Janeiro, 2011. 91 páginas
3 respostas para “Resenha: Matéria de Rascunho, de Eduardo Tornaghi”
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Boa Tarde, aonde consigo um exemplar desse livro? Não cacho em lugar algum …
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Olá! Entre em contato com o poeta no Facebook, ele vende: https://www.facebook.com/profile.php?id=100003020142603
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