Ferreira Gullar era amigo de Clarice Lispector. Quando soube de sua morte (1977) não conseguia parar de pensar na amiga recém- falecida. Escreveu “Na vertigem do dia” no táxi indo para o aeroporto, pensando nela:
Enquanto te enterravam no cemitério judeu
do Caju*
(e o clarão de teu olhar soterrado
resistindo ainda)
o táxi corria comigo à borda da Lagoa
na direção de Botafogo
as pedras e as nuvens e as árvores
no vento
mostravam alegremente
que não dependem de nós
Veja o escritor contando como soube da morte de Clarice e aonde compôs o poema:
* No poema original (recitado pelo poeta no vídeo) o nome do cemitério é São Francisco Xavier, em edições posteriores o cemitério simplesmente foi citado como “Caju”.
6 respostas para “A morte de Clarice Lispector, por Ferreira Gullar”
Eu não conhecia esse poema. Imaginei os olhos lindos de Clarice sendo soterrados… é triste.
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Oi Fernanda! Tudo bem? Nem sei como encontrou meus textos, mas obrigado pelo comentário. E que coincidência. Estou lendo Ferreira Gullar, “Dentro da noite veloz”!
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Adoro Clarice! Amei ver este video!
BJs,
Mari
http://regatabranca.wordpress.com/
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[…] o poema mítico “Poema sujo”, um dos mais conhecidos de Ferreira Gullar; e ainda sobre o belo poema- homenagem que Gullar escreveu no dia da morte da sua amiga Clarice […]
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[…] complicada que nem ela mesma conseguiria explicar. Era uma história que não acabava nunca. Em versos, um amigo poeta contou que, enquanto a enterravam, o clarão do olhar soterrado de Clarice resistia […]
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Uma diva Linda !! Pena Que Duraste Tão Pouco !!
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